terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PORTARIA Nº 1.396, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2010

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 1.396, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2010

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no Decreto n 5.773, de 09/05/2006, com alterações do Decreto n 6.303, de 12/12/2007, na Portaria Normativa n 40, de 12/12/2007 e no Parecer n 192/2010, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, conforme consta do Processo n 23000.003137/2004-53, Registro SAPIEnS n 20041000921, bem como a conformidade do Regimento da Instituição e de seu respectivo Plano de Desenvolvimento Institucional, com a legislação aplicável, resolve:

Art. 1 Credenciar a Faculdade do Sertão Baiano, mantida pela Faculdade do Sertão Baiano Ltda., a ser instalada na Rua Aloísio de Castro, s/nº, no Município de Monte Santo, Estado da Bahia, pelo prazo máximo de 03 (três) anos.

Art. 2 Nos termos do art. 10, § 7º do Decreto n 5.773/2006, alterado pelo Decreto n 6.303, de 12/12/2007, os atos autorizativos são validos até o ciclo avaliativo seguinte.

Parágrafo único. Caso entre a publicação desta portaria e o calendário para a realização do ciclo avaliativo citado no caput venha a ocorrer interstício superior a três anos, a instituição deverá solicitar seu recredenciamento, observadas as disposições processuais pertinentes, tendo em vista o prazo máximo do primeiro credenciamento estabelecido no art. 13, § 4 , do mesmo Decreto.

Art. 3 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

FERNANDO HADDAD

(DOU Nº 238 - Seção 1, terça-feira, 14 de dezembro de 2010, pagina 44)


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

“A avaliação precisa ser espelho e lâmpada"

“A avaliação precisa ser espelho e lâmpada, não apenas espelho. Precisa não apenas refletir a realidade, mas iluminá-la, criando enfoques, perspectivas, mostrando relações, atribuindo significados”
M. H.  Abrams
O que é preciso para que todos assumam o pleno compromisso de adotar um real envolvimento pessoal com seu trabalho? Se faltar a responsabilidade assumida em conjunto, com respeito e condições de trabalho, a coletividade perde a sintonia ou nem se concretiza, é preciso criar as condições para que o educar e o estudar seja realizado como deve com compromisso e emoção.

Estudo Dirigido do Módulo - POR QUE AVALIAR A ESCOLA?

A escola pública tem necessidade de se auto-avaliar e de ser avaliada externamente devido ao caráter público de suas ações. Como seu custeio e resultados afetam toda a sociedade, ela deve ser avaliada em termos de sua eficácia social e da eficiência de seu funcionamento.
A avaliação institucional, interna e externa são também maneiras de estimular a melhoria do desempenho e de evitar que a rotina descaracterize os objetivos fundamentais da educação, que é a qualidade dos serviços prestados. A avaliação institucional preocupa-se essencialmente com os resultados das ações educativas da escola, em particular, os relativos a ensinar e aprender. Deve ser um processo contínuo e aberto, no qual os setores da escola - pedagógicos e administrativos – juntamente com a comunidade escolar e local, reflitam sobre seus modos de atuação e os resultados de suas atividades em busca da melhoria da escola.
Além de valer-se da racionalidade dos meios, usando aferições quantitativas e indicadores clássicos, a avaliação institucional abrange dimensões qualitativas, inclusive, aquelas vinculadas ao Projeto Político Pedagógico da Escola. Não é só um debate técnico, mas ético e político sobre os meios e os fins da educação. É um processo construtivo, e não só de constatação. Pressupõe uma postura de análise de causas e efeitos, sendo, portanto, um processo de constante de reflexão sobre a prática pedagógica.
Ao se avaliar não se espera eliminar todas as discordâncias, dúvidas e contradições características do cotidiano escolar. No entanto, a avaliação deve contribuir para revelar e estimular a identidade própria de cada escola, preservando também a pluralidade de opiniões que é constitutiva de qualquer instituição que se proponha democrática.

As 7 Dimensões do INDIQUE

1.      Ambiente educativo
2.      Pratica pedagógica e avaliação
3.      Ensino e aprendizagem da leitura e da escrita
4.      Gestão escolar democrática
5.      Formação e condições de trabalho
6.      Ambiente físico escolar
7.      Acesso e permanecia dos alunos na escola
O que é qualidade na Educação?
Ouvimos muito que o ensino público no Brasil é de má qualidade. Mas uma escola considerada de boa qualidade há cem anos, hoje seria vista assim? Uma boa escola para a população da floresta amazônica também será boa para quem mora num grande centro urbano? Os Indicadores da Qualidade na Educação – Indique constituem um instrumental de avaliação da qualidade da escola baseado no princípio de que só a própria comunidade escolar pode saber o que é qualidade para ela.
Como são elaborados os indicadores de qualidade?
A principal característica do Indique é que ele foi pensado para ser aplicado pela escola e por toda a comunidade de forma autônoma. Por esse motivo, ele tem uma linguagem clara e simples, é auto-explicativo e seus resultados são vistos no mesmo dia em que a avaliação é feita. Toda a comunidade, desde pais e alunos até funcionários e representantes de instituições que trabalham com a escola, tem sua opinião igualmente ouvida e respeitada. A idéia é fazer uma reflexão sobre a situação da educação na escola e propor formas de melhoria.
Um instrumento de gestão
O uso do Indique é uma forma eficiente de conhecer as escolas e suas especificidades e obter informações para definir prioridades de investimentos. Esse instrumental também pode ser um grande auxiliar na orientação de programas de reforço pedagógico.
 PREPARAR
Boa preparação, bons resultados.
 Desde o estudo do instrumental, passando pela preparação do ambiente da escola e do material que será usado na avaliação, cada detalhe da organização é importante para o sucesso do evento. O grupo de coordenação deve estar consciente da importância do seu papel
Esta dimensão busca auxiliar as escolas a diagnosticar e avaliar os modos pelos quais as regras de convivência e de cidadania são geridas pela própria comunidade escolar permitindo a construção de uma cultura de convivência. Serão abordados os seguintes problemas: dificuldade em respeitar regras ou mesmo desconhecê-las; agressividade dos alunos; discriminação; desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.

 NO DIA DA AVALIAÇÃO
O grande dia todos tem o que dizer.
A avaliação, do começo ao fim, pode ser feita em cerca de 4 horas. É bom lembrar que o exercício de reflexão sobre a escola e de proposição de idéias por parte daqueles que não têm muita oportunidade de opinar é um dos objetivos da avaliação. Assim, pode-se estender esse tempo para garantir a participação efetiva da comunidade. No entanto, deve-se tomar cuidado para que avaliação não se torne exaustiva. É preciso fôlego para o Plano de Ação!
Essa dimensão possibilita refletir sobre o compromisso da comunidade escolar com a elaboração e implementação de seu Projeto Político Pedagógico, sobretudo no que se refere ao planejamento do ensino, ao desenvolvimento de uma prática pedagógica inclusiva, às formas de avaliação dos alunos e ao acompanhamento dos processos de ensino e de aprendizagem. Possibilita, ainda, refletir sobre as relações que a escola estabelece com seu entorno.

Dimensão 4.
Introdução
 Como as dicas foram elaboradas.
Conheça o processo que resultou na elaboração das dicas para qualidade na educação nas sete dimensões do Programa Indique. A apresentação inclui um áudio animado.
Esta dimensão possibilita diagnosticar a existência e o uso de espaços de democráticos nas escolas e a socialização das informações e decisões acordadas nesses espaços sobre os problemas, tais como: baixa participação dos alunos e familiares na escola; falhas de comunicação e da circulação das informações, inclusive sobre os resultados das avaliações oficiais e falta de capacitação dos Conselheiros Escolares e o desconhecimento das suas atribuições.
Dimensão 5
Dimensões da qualidade.
Dicas para as sete dimensões
A partir do diálogo de dois professores na escola, animações apresentam propostas para qualidade na educação, focando em: Ambiente Educativo, Prática Pedagógica e Avaliação, Ensino e Aprendizagem da Leitura e Escrita, Gestão Escolar Democrática, Formação e Condições de Trabalho dos Profissionais da Escola, Ambiente Físico Escolar e Acesso e Permanência dos alunos na escola.
Esta dimensão possibilita diagnosticar a situação da escola: a formação inicial e continuada de seus profissionais, a estabilidade do corpo docente, a relação entre o número de professores e o de alunos e assiduidade da equipe escolar.
A dimensão acima busca focar especialmente nos alunos que faltam e os que têm defasagem de aprendizagem. Com isso oferece alguns elementos para que a questão do abandono e da evasão seja considerada de forma responsável pela comunidade escolar e principalmente, que ao conhecer as causas, ela encontre caminhos para sanar a exclusão do espaço escolar.





TEXTO MOTIVACIONAL – A RATOEIRA

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos – Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse: - Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me incomoda. O rato foi até o porco e lhe disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:
- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua ví­tima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. ‘O problema de um é problema de todos quando convivemos em equipe’ O sucesso de qualquer negócio depende de todos nós.

Agora com tudo planejado, comece a trabalhar.
Isso se chama AÇÃO.....tenha um excelente dia
!

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL-UM COMPROMISSO COM A APRENDIZAGEM

PROGRAMAÇÃO- MÓDULO IX EM 16/12/2010

MATUTINO
·         8:30  Acolhimento – texto motivacional “Quando convivemos em equipe”
·          8:40  Exposição dialogada sobre o caderno de  estudo  do Módulo II  -Projeto sobre as relações interpessoais.
·         9:00 Slide Teórico do Módulo IX – (estudo dirigido do conteúdo do módulo)
·         10:00  Olhares Sobre A Avaliação Institucional
·         10:30 Intervalo
·         10:40 Avaliação Institucional, PPP e IDEB: Que Relação é Essa?
·         10:10 Apresentação do material do INDIQUE (Socializar o material e orientar sua aplicação na escola) 
·         11:00 Oficinas: Estudo das sete dimensões do INDIQUE
·         Almoço - (1200h)

VESPERTINO
·         13:30 mensagem -10 palavras
·         Vídeo do Progestão sobre Avaliação Institucional
·         Leitura e discussão do texto  “A avaliação institucional e a gestão democrática na escola”
·         Orientação das atividades do módulo IX
·          Apresentação do módulo III – levantar expectativas acerca do vídeo
·         Informes orientações e recebimento do material: memoriais, atividades do caderno etc.
·         16:40 Avaliação do encontro
·         17:00 Mensagem de encerramento - Slide O laço e o Abraço.



domingo, 12 de dezembro de 2010

Programação para o Encontro Presencial dia 16/12/10 quinta-feira

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL UM COMPROMISSO COM A APRENDIZAGEM



A avaliação precisa ser espelho e lâmpada, não apenas espelho. Precisa não apenas refletir a realidade, mas iluminá-la, criando enfoques, perspectivas, mostrando relações, atribuindo significados”
M. H. Abrams

POR QUE AVALIAR A ESCOLA?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Interdisciplinar: o que é isso?

Embora a palavra seja bonita e até difícil de pronunciar, percebemos que pouco sabemos de seu real sentido. Estudamos, lemos, debatemos e até nos arriscamos a falar sobre o assunto. No entanto, quando chega a hora de colocar em prática, não é difícil perceber que a realidade está bem distante do tema proposto.
Não é de hoje que teóricos como Kilpatrick, Dewey e outros sonharam com esse ideal. Tantos outros vieram depois deles, no exterior e no Brasil. Eles têm sonhado e tentado, da mesma forma, colocar em prática a interdisciplinaridade. Não podemos esquecer que a interdisciplinaridade tem a ver com a vida. É o processo de ensino-aprendizagem que prepara para o enfrentamento dos problemas do dia a dia. Esse é seu principal objetivo e, se colocado em prática, traz os resultados esperados. Se sabemos disso, por que, então, é tão difícil exercer a interdisciplinaridade?
A escola, como a conhecemos hoje, estruturou-se de tal forma segmentada, que se torna difícil alterá-la. A dificuldade se expressa, em primeiro lugar, na formação dos profissionais da educação. Esses profissionais, tão importantes e necessários, já vêm para o exercício de sua função com uma preparação segmentada. Desde a infância, frequentaram uma escola segmentada. Ao se prepararem para o magistério, sua formação continuou a ser segmentada. De um dia para o outro, eles se vêm diante da necessidade de exercer uma função para a qual não foram preparados. Seus orientadores, professores, mestres e até doutores quase sempre também não sabem o que é ser interdisciplinar. Há de se notar ainda, embora não se justifique, a vida difícil que leva o professor, tendo sua carga horária mais que completa, o que o impede de ter uma formação continuada, o que muitos desejariam.
Muitos profissionais que trabalham de forma interdisciplinar o fazem por perceber essa necessidade e tentam se adaptar a ela, transformando suas aulas em momentos de ensino-aprendizagem significativos para o aluno. Não é novidade para nós, educadores, que ninguém aprende aquilo que não quer aprender. Assim, o educador que consegue exercer a interdisciplinaridade pode considerar-se vitorioso e, sem dúvida, terá a atenção e o interesse em seus alunos, já que a interdisciplinaridade tem a característica de produzir o interesse e o desejo de aprender, porque coloca o aluno em contato com os problemas que enfrenta ou enfrentará em sua própria vida.
Vem-me à lembrança a figura do pedagogo como aquele que conduzia, antigamente, um único educando. Sua função era a de preparar, em todos os sentidos, aquele ser que lhe era confiado. É bem provável que essa figura exercesse sua função de forma interdisciplinar, ou até mesmo transdisciplinar, fazendo ligação entre as mais variadas áreas do saber, que davam, inclusive, base moral, cultural e psicológica ao indivíduo. O pedagogo acompanhava desde muito cedo a criança, ensinando a ela o que era de seu interesse e também o que deveria aprender, de acordo com o meio em que vivia e diante das dificuldades ou facilidades que enfrentaria na vida. Infelizmente, só tinham acesso a esse tipo de educação os filhos de famílias mais abastadas. Com o passar do tempo, começaram a se reunir pequenos grupos, em função da dificuldade de se encontrar e, inclusive, manter um profissional assim, de forma particular.
Não há dúvida de que, para atender vários alunos, o ensino segmentado é mais fácil de ser conduzido. Da mesma forma, há de se levar em conta que, hoje, com classes que chegam a 45 alunos ou mais, também é difícil conduzir o ensino de forma interdisciplinar, visando atender as necessidades de cada um. Não é difícil chegar à conclusão de que ser professor/educador não é para qualquer um. Educar de forma interdisciplinar também não o é. É um desafio constante, uma busca constante de aperfeiçoamento, de estudo, de conhecimentos, para identificar a melhor maneira de atingir esse ou aquele aluno da forma como precisa ser atingido. Na verdade, para ser interdisciplinar, o professor precisa amar, e muito, o que faz.
O professor interdisciplinar terá sua formação acadêmica em determinada área, já que a graduação nos prepara dessa forma. Mas saberá buscar os conhecimentos necessários em outras áreas ou aplicar os conhecimentos ensinados à vida do aluno, tornando esse ensino interdisciplinar e altamente prático para a vida do educando. Se ninguém aprende o que não quer aprender, também é verdade que a aprendizagem significativa, que liga as áreas do saber e permite colocar na vida prática o que se aprendeu, é rapidamente assimilada pelo aprendiz.
Como professores, precisamos buscar o conhecimento, a criatividade, a melhor maneira de atingir nossos alunos. Um dos caminhos excelentes é a Interdisciplinaridade. É um grande desafio para o educador de hoje, mas, sem dúvida, um desafio que vale a pena enfrentar, para ver logo à frente o resultado do investimento feito em sua própria formação.

Texto de Mary Hebling de Lima, escritora, pedagoga, psicopedagoga, mestranda em Educação, Arte e História da Cultura, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Avaliação Escolar

Por Karmem Amambahy
É o processo que possibilita conhecermos a fundo a qualidade dos serviços, e do ensino. Momento para sabermos dos nossos alunos o que está certo e o que podemos melhorar.
Quando pensamos em avaliação escolar, as primeiras ideias que surgem são: avaliação do aluno (realizada pelo professor), notas, aprovação e reprovação, sucesso e fracasso, premio e castigo. Mas sempre do aluno. Por quê? Será o aluno o único sujeito que merece ser avaliado na escola? Será que ele é a única personagem importante dessa instituição? (E não é a mais importante?) será que na escola é só ele quem deve aprender? Será que, sozinho, ele faz o sucesso e o fracasso escolares?
Vamos buscar, juntos uma maneira de pensar a avaliação escolar para que ela venha a ser, realmente, mais um recurso pedagógico que contribua para que a escola possa desempenhar seu papel na educação e na formação do aluno-cidadão.
Ora, o aluno precisa, sim, aprender, e é uma personagem muito importante, se não a mais importante, no contexto escolar. Mas há outros elementos a considerar. É pensando no aluno, nos seus direitos á educação e á cidadania, que a escola deve se organizar e se estruturar. Essa organização resulta do trabalho de diversas pessoas, em diferentes níveis do sistema educacional. A forma como uma escola se acha organizada é expressão das ideias daqueles que dela participam e daqueles que elaboram as diretrizes para a sua organização seja em nível municipal, estadual, seja federal.
Se a organização da escola envolve tantas pessoas (direta ou indiretamente), tantas normas, diretrizes e parâmetros, na tentativa de assegurar uma boa educação aos alunos, por quês era que, ao pensar em avaliação, penamos em avaliar primeiro ou somente o aluno? E mais: pó que a idéia de avaliação esta sempre associada  á idéia de erros, falhas. Limitações, deficiências?
Na avaliação teremos sim o aluno como o principal sujeito do processo ensino-aprendizagem, mas não o único a ser avaliado. Ele será um dos elementos desse processo que participará da avaliação, de diferentes formas e em diferentes momentos. Mas antes de penarmos em avaliar o aluno, é necessário que pensemos na avaliação de uma maneira mais global, envolvendo tudo e todos que participam do processo educacional que acontece na escola. Quando todos participam, todos avaliam e são avaliados.
A avaliação esta presente em nosso cotidiano, escolar ou não. Pois avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão.
Infelizmente ainda temos professores que medem a aprendizagem de seus alunos, em vez de avaliar, por que registram os dados obtidos, anotam, e em seguida guardam esses dados.
Medir é apenas descrever uma realidade, ou seja, é obter dados e informações sobre ela. Enquanto avaliar permite fazer sugestões, encaminhamentos, tomar decisões.
Exemplo disso é uma professora que corrige as provas de seus alunos, atribui à nota e comunica o resultado a seus alunos e aos pais. Ou dá a nota e organiza um quadro para expor os cinco melhores.
Outra corrige as provas, identifica as questões que seus alunos não conseguiram responder, procura saber o porquê das dificuldades e depois planeja novas atividades para eles. Ou atividades de recuperação.
Avaliar é mais que medir. A medida limita-se a constatar uma realidade, a obter informações.
A avaliação antecede, acompanha e sucede o trabalho pedagógico, possuindo, pois, funções diferentes conforme o momento em que acontece. É o ponto de partida e ponto de chegada de todo e qualquer trabalho pedagógico. É a reflexão sobre a prática pedagógica da escola, buscando nos dados da realidade elementos que possibilitem a emissão de um julgamento de valor, visando a uma tomada de decisão.
Referencias:
LUCKESI. C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

sábado, 27 de novembro de 2010

Atenção, Cursistas!

No próximo dia 16 de dezembro (quinta-feira), das 08h ás 17 horas, na Secretaria do Trabalho e Ação Social, teremos mais um encontro presencial de formação com os cursistas.
A temática em Estudo será a do Módulo IX – Como Desenvolver a Avaliação Institucional da Escola? Trabalharemos também com os Indicadores da Qualidade da Educação - INDIQUE
Aguardo todos vocês!
Karmem Amambahy

Indicadores: em busca da educação de qualidade para todos

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Apresentação das Oficinas módulo II






SINERGIA!

Às vezes a vida parece ser tão difícil, pensamos que alguns problemas nunca serão resolvidos.
Nestes momentos nos sentimos sozinhos, então, o que nos impede de nos aproximarmos de alguém? Talvez haja tantos esperando somente um sorriso nosso para se aproximar.
Será que realmente não há ninguém que nos aceite como somos? Será que não somos nós mesmos que fechamos a porta para compartilhar? Será que não deixamos de acreditar nos seres humanos?
Será que não podemos trazer um pouco mais de sinergia para nossa vida e trabalho? Para entender melhor o que é sinergia responda...
Será que não podemos trocar a competitividade do dia-a-dia pela cooperação? Será que é verdade que para eu ganhar, você tem que perder? Será que baseados em princípios e valores não posso ganhar e você também?
O que acha? Olhe ao seu redor, milagres podem acontecer quando as pessoas, as empresas, as comunidades, os países se unem para um objetivo maior gerando sinergia. Isto soa como uma voz universal gritando: “Você não é uma ilha”.
Conta-se que um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar. Ele informou o chefe do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.
A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro, mas o chefe estava triste em ver um bom colaborador partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto como um favor.
O pedreiro não gostou, mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim, ele prosseguia fazendo emburrado e desatento um trabalho de qualidade duvidosa, utilizando qualquer material e sem um pingo de comprometimento.
Era uma maneira negativa de ele terminar a carreira.
A falta de atenção e de comprometimento acabou por lhe levar a uma queda quando assentava a última telha no telhado, que acabou desabando com ele.
Seus companheiros por não saberem dar os primeiros socorros, acabaram por piorar os seus ferimentos. Uma vértebra de sua coluna que estava trincada, ao ser levantado abruptamente pelos colegas, acabou se quebrando. Ele teve uma fratura da coluna cervical.
O pedreiro ficou tetraplégico, não mais podia mexer os braços e as pernas.
Ainda internado, o seu chefe foi visitá-lo e ele não quis recebê-lo. Disse à mulher: - Esse cafajeste me colocou aqui e agora quer se fazer de bonzinho. Ainda bem, que pelo menos fiz a casa que ele queria de qualquer jeito!
A esposa triste em vê-lo assim, foi falar com o chefe. Que a abraçou e disse:
- Estou muito triste com o que está acontecendo, aqui estão as chaves da casa. Eu queria fazer-lhe uma surpresa, ele é alguém que respeito e considero muito, mas sem saber acabou por se acidentar construindo a sua própria casa.
Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente...
O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós mesmos construímos. Muitas vezes pensamos: “ Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente”. Mas aí já é tarde.
Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes.
“A vida e seus resultados são projetos que você mesmo constrói”.O que nos distancia uns dos outros é principalmente que todos queremos ser compreendidos e na verdade não paramos para primeiro compreender, pois, o respeito é o único caminho.
Compreenda! Cada ser humano é ímpar, e em nossa vida finita é isso o que nos torna divinos diante do infinito. Acabamos esquecendo que para sermos felizes devemos aceitar estas diferenças humanas, sem isso, é como ter um coração vazio daquilo que nossa boca está cheia, como: respeito, integridade, lealdade, transparência, honestidade, cooperação, espírito de equipe e amor.
Culturas, religiões, estilos e formações diversas unidas, são as diferenças que fazem a grande diferença, chamada sinergia. Forças que somadas de maneira quase mágica e ilógica se multiplicam para transcender a matemática e transformar 1+1 em 5, ou talvez 10, isto é sinergia. Trocar as palavras “eu” e “você” pela palavra “nós”, é a expressão mais sublime da palavra sinergia que é a matemática da energia humana em grupo, onde seu resultado depende da convergência de propósitos, mentes, corações e ações.
Sabendo disso tudo, qual será sua atitude a partir de hoje?
Vamos, compreenda e viva isso, afinal, você sabe que só é impossível aquilo que paramos de tentar.


A força da tradição no mundo ao avesso

A modernidade anunciou o triunfo da Razão. Ela representou a possibilidade de construção de um mundo novo, contra os valores morais e teológicos predominantes na Idade Média. Impôs a racionalização do processo de produção, a impessoalidade nas relações, a dominação das elites que buscaram moldar o mundo ao seu pensamento, através da conquista de novos mercados, pela organização do comércio, a produção fabril e a colonização.
O triunfo da Razão, idéia essencial da modernidade, representou a substituição de Deus pela Ciência: as crenças religiosas foram relegadas à vida privada. A Razão fez tábula rasa da tradição secularmente fundada no predomínio das idéias e dos valores cristãos-medievais que submetiam o destino dos homens e, também, das formas de organizações sociais e políticas fundadas na crença e no domínio dos costumes.
“Tudo que é sólido desmancha no ar”: eis a síntese da modernidade. No lugar da segurança, da coesão social fundada na moral cristã-medieval, dos espaços territoriais bem definidos, de uma compreensão estática e perene do tempo, a força dos sentimentos e dos vínculos pessoais etc., a modernidade impõe a insegurança das incertezas, a crise dos parâmetros, a desarmonia. Como escreveu Berman (1986:15), o homem moderno vive sob o “redemoinho de permanente mudança e A modernidade anunciou o triunfo da Razão. Ela representou a possibilidade de construção de um mundo novo, contra os valores morais e teológicos predominantes na Idade Média. Impôs a racionalização do processo de produção, a impessoalidade nas relações, a dominação das elites que buscaram moldar o mundo ao seu pensamento, através da conquista de novos mercados, pela organização do comércio, a produção fabril e a colonização.
O triunfo da Razão, idéia essencial da modernidade, representou a substituição de Deus pela Ciência: as crenças religiosas foram relegadas à vida privada. A Razão fez tábula rasa da tradição secularmente fundada no predomínio das idéias e dos valores cristãos-medievais que submetiam o destino dos homens e, também, das formas de organizações sociais e políticas fundadas na crença e no domínio dos costumes.
“Tudo que é sólido desmancha no ar”: eis a síntese da modernidade. No lugar da segurança, da coesão social fundada na moral cristã-medieval, dos espaços territoriais bem definidos, de uma compreensão estática e perene do tempo, a força dos sentimentos e dos vínculos pessoais etc., a modernidade impõe a insegurança das incertezas, a crise dos parâmetros, a desarmonia. Como escreveu Berman (1986:15), o homem moderno vive sob o “redemoinho de permanente mudança e renovação, de luta e contradição, de ambigüidade e angústia”.
Contudo, a modernidade apresentou-se como uma utopia positiva que parecia dar novo alento à humanidade. Acoplada à idéia de ordem e progresso, infundiu a ilusão de que os homens finalmente caminhavam em direção à felicidade e à liberdade. Não por acaso, cunhou-se o termo iluminismo. Os filósofos das luzes iluminam as trevas da medievalidade e confiam exclusivamente na Razão.
Esta percepção positiva da modernidade não está isenta da crítica. Rousseau apontou os limites do progresso e da ciência e observou o quanto vivemos sob as aparências, numa sociedade essencialmente hipócrita e corrompida.
Nós, homens e mulheres frutos desta modernidade, vivemos sob o signo de uma era onde, como na transição do homem cristão-medieval ao homem econômico racionalista, permeia a transitoriedade, o incerto, o fugidio, ou seja, a angústia da falta de perspectivas; da insegurança com o amanhã; o medo diante da ciência, da sua capacidade de criar novos Frankensteins e sua teimosia em substituir o criador; o ceticismo diante do progresso; a sensação de que perdemos os valores fundamentais que dão coesão à vida em sociedade; a impotência diante do Estado e dos processos políticos, etc.
A realidade social parece confirmar os piores prognósticos: o“admirável mundo novo” de Aldous Huxley parece se impor; ou, talvez o pior, confirma-se o imaginado por George Orwell em sua obra 1984. Não necessariamente através da imposição do Estado Totalitário, mas pelo absolutismo de mercado que controla todas as esferas da sociedade, impondo o pensamento único e desenvolvendo formas de controle da privacidade.
Vivemos num mundo De pernas pro ar. Neste mundo ao avesso, milhões são excluídos dos direitos e das condições básicas de sobrevivência. Esta realidade é petrificada no instantâneo virtual da mídia; o real é banalizado, transformado em números estatísticos, objeto de estudo e fonte para angariar recursos financeiros pelos que vivem dos intermináveis projetos sobre os miseráveis.
No mundo De pernas pro ar, a necessidade é irmã do medo e o próximo é o inimigo real ou virtual:
“Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos” (Galeano, 1999:07-08)
No mundo novo fictício de Aldous Huxley, a estabilidade social é sustentada pela estratificação social, pelo condicionamento programado em laboratórios e o uso da substância denominada Soma, garantia da solidez emocional e antídoto à doença que acomete os críticos, aqueles que teimam em contestar o pensamento e a ordem absolutos. As drogas do mundo real não são apenas aquelas que tornam os narcotraficantes os poderosos de nossa época, senhores que controlam políticos, policiais, juízes e populações. Não! As drogas modernas assumem ares de inocência: apresentam-nas sob a embalagem religiosa; sob a ingênua programação televisiva; sob o rótulo propagandístico que estimula o consumismo, o ter e o individualismo; sob o refúgio da virtualidade, da overdose de informações e do lixo que transita on-line pela Web.
Os indivíduos buscam a felicidade sob o abrigo do pscicologismo da indústria de auto-ajuda, no consumismo, no misticismo e no intimismo. A realidade social não lhes diz respeito; treinam a insensibilidade e fogem, como o diabo foge da cruz, de qualquer compromisso coletivo com as transformações necessárias para humanizar o mundo real. Vivem nas nuvens!
Na idade média a ideologia dominante pregava o conformismo: as esperanças dos pobres se centravam no idílico paraíso pós-morte. Em nossa época, democratizou-se o conformismo e a busca da salvação individual: pobres, empresários, madames e senhores da classe média viram as costas ao mundo real – esta triste realidade! – e disputam em igualdade de condições um lugar no céu. Os que se enriquecem e vivem da fé alheia agradecem.
Uns e outros apaziguam as consciências através do assistencialismo, da esmola e do altruísmo religioso. Como o homem do século XIX, assustado diante da sociedade industrial, há o retorno e o apego desesperado às tradições. Os interesses e as contradições sociais e individuais dão lugar à conciliação, à harmonia, à irmandade. Há algo de positivo nisto: o resgate da humanidade, dos valores humanitários. Mas, seria demais rigoroso observar em tudo isto o reino da hipocrisia?
O refúgio nas tradições tem as suas vantagens. Em primeiro lugar, é o tipo de atitude social e individual que foge ao controle da Razão instrumental e do Estado. Malgrado todos os aspectos hipócritas, não há como não se emocionar com a pureza dos sentimentos resguardados nos melhores corações, em especial dentre as crianças. É lícito reconhecer que em meio à ideologia do mercado que transforma momentos de confraternização em mera troca de mercadorias, mercantilizando os próprios sentimentos e as relações afetivas, sobrevivem verdadeiras manifestações de solidariedade que fogem à lógica mercantil.
Por fim, também devemos reconhecer que a Razão triunfante da modernidade não conseguiu – felizmente! – por termo a todas as tradições, o que significa a possibilidade de mantermos um elo com o passado, aprender com este e resguardar aquilo que ainda nos dá o status de humanos e não de autômatos obedientes aos ditames da lógica do mercado. A sobrevivência da tradição nos ajuda a contrapor nossa subjetividade à racionalidade cega e objetiva, contribuindo para a crítica racional a um mundo desencantado com sua própria realidade.
Referências
BERMAN, Marshall. (1986)Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras.
GALEANO, Eduardo. (1999)De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM.
HUXLEY, Aldous. (1999)Admirável Mundo Novo. São Paulo: Globo.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. (1998) Manifeste du parti comuniste. Paris: GF Flammarion.
ORWELL, George. (1998)1984. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
ROUSSEAU, Jean-Jacques.(1978) Do Contrato Social; Ensaio sobre a origem das línguas; Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens; Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores).
ZOLA, Émile. (1999) Como se casa, como se morre. São Paulo: Ed. 34.
renovação, de luta e contradição, de ambigüidade e angústia”.
Contudo, a modernidade apresentou-se como uma utopia positiva que parecia dar novo alento à humanidade. Acoplada à idéia de ordem e progresso, infundiu a ilusão de que os homens finalmente caminhavam em direção à felicidade e à liberdade. Não por acaso, cunhou-se o termo iluminismo. Os filósofos das luzes iluminam as trevas da medievalidade e confiam exclusivamente na Razão.
Esta percepção positiva da modernidade não está isenta da crítica. Rousseau apontou os limites do progresso e da ciência e observou o quanto vivemos sob as aparências, numa sociedade essencialmente hipócrita e corrompida.
Nós, homens e mulheres frutos desta modernidade, vivemos sob o signo de uma era onde, como na transição do homem cristão-medieval ao homem econômico racionalista, permeia a transitoriedade, o incerto, o fugidio, ou seja, a angústia da falta de perspectivas; da insegurança com o amanhã; o medo diante da ciência, da sua capacidade de criar novos Frankensteins e sua teimosia em substituir o criador; o ceticismo diante do progresso; a sensação de que perdemos os valores fundamentais que dão coesão à vida em sociedade; a impotência diante do Estado e dos processos políticos, etc.
A realidade social parece confirmar os piores prognósticos: o“admirável mundo novo” de Aldous Huxley parece se impor; ou, talvez o pior, confirma-se o imaginado por George Orwell em sua obra 1984. Não necessariamente através da imposição do Estado Totalitário, mas pelo absolutismo de mercado que controla todas as esferas da sociedade, impondo o pensamento único e desenvolvendo formas de controle da privacidade.
Vivemos num mundo De pernas pro ar. Neste mundo ao avesso, milhões são excluídos dos direitos e das condições básicas de sobrevivência. Esta realidade é petrificada no instantâneo virtual da mídia; o real é banalizado, transformado em números estatísticos, objeto de estudo e fonte para angariar recursos financeiros pelos que vivem dos intermináveis projetos sobre os miseráveis.
No mundo De pernas pro ar, a necessidade é irmã do medo e o próximo é o inimigo real ou virtual:
“Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos” (Galeano, 1999:07-08)
No mundo novo fictício de Aldous Huxley, a estabilidade social é sustentada pela estratificação social, pelo condicionamento programado em laboratórios e o uso da substância denominada Soma, garantia da solidez emocional e antídoto à doença que acomete os críticos, aqueles que teimam em contestar o pensamento e a ordem absolutos. As drogas do mundo real não são apenas aquelas que tornam os narcotraficantes os poderosos de nossa época, senhores que controlam políticos, policiais, juízes e populações. Não! As drogas modernas assumem ares de inocência: apresentam-nas sob a embalagem religiosa; sob a ingênua programação televisiva; sob o rótulo propagandístico que estimula o consumismo, o ter e o individualismo; sob o refúgio da virtualidade, da overdose de informações e do lixo que transita on-line pela Web.
Os indivíduos buscam a felicidade sob o abrigo do pscicologismo da indústria de auto-ajuda, no consumismo, no misticismo e no intimismo. A realidade social não lhes diz respeito; treinam a insensibilidade e fogem, como o diabo foge da cruz, de qualquer compromisso coletivo com as transformações necessárias para humanizar o mundo real. Vivem nas nuvens!
Na idade média a ideologia dominante pregava o conformismo: as esperanças dos pobres se centravam no idílico paraíso pós-morte. Em nossa época, democratizou-se o conformismo e a busca da salvação individual: pobres, empresários, madames e senhores da classe média viram as costas ao mundo real – esta triste realidade! – e disputam em igualdade de condições um lugar no céu. Os que se enriquecem e vivem da fé alheia agradecem.
Uns e outros apaziguam as consciências através do assistencialismo, da esmola e do altruísmo religioso. Como o homem do século XIX, assustado diante da sociedade industrial, há o retorno e o apego desesperado às tradições. Os interesses e as contradições sociais e individuais dão lugar à conciliação, à harmonia, à irmandade. Há algo de positivo nisto: o resgate da humanidade, dos valores humanitários. Mas, seria demais rigoroso observar em tudo isto o reino da hipocrisia?
O refúgio nas tradições tem as suas vantagens. Em primeiro lugar, é o tipo de atitude social e individual que foge ao controle da Razão instrumental e do Estado. Malgrado todos os aspectos hipócritas, não há como não se emocionar com a pureza dos sentimentos resguardados nos melhores corações, em especial dentre as crianças. É lícito reconhecer que em meio à ideologia do mercado que transforma momentos de confraternização em mera troca de mercadorias, mercantilizando os próprios sentimentos e as relações afetivas, sobrevivem verdadeiras manifestações de solidariedade que fogem à lógica mercantil.
Por fim, também devemos reconhecer que a Razão triunfante da modernidade não conseguiu – felizmente! – por termo a todas as tradições, o que significa a possibilidade de mantermos um elo com o passado, aprender com este e resguardar aquilo que ainda nos dá o status de humanos e não de autômatos obedientes aos ditames da lógica do mercado. A sobrevivência da tradição nos ajuda a contrapor nossa subjetividade à racionalidade cega e objetiva, contribuindo para a crítica racional a um mundo desencantado com sua própria realidade.
Referências
BERMAN, Marshall. (1986)Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras.
GALEANO, Eduardo. (1999)De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM.
HUXLEY, Aldous. (1999)Admirável Mundo Novo. São Paulo: Globo.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. (1998) Manifeste du parti comuniste. Paris: GF Flammarion.
ORWELL, George. (1998)1984. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
ROUSSEAU, Jean-Jacques.(1978) Do Contrato Social; Ensaio sobre a origem das línguas; Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens; Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores).
ZOLA, Émile. (1999) Como se casa, como se morre. São Paulo: Ed. 34.

A escola é mais autônoma e democrática na medida em que ela é mais participativa do que representativa.

A Comunidade Escolar é composta por vários segmentos: Os Pais, os Alunos, os Funcionários, os Professores e as equipes diretivas.
 Para que uma comunidade escolar possa atingir os seus objetivos é preciso contar com o apoio de todos os segmentos. Não tem como atribuir mais importância a um segmento do que ao outro. A equipe gestora que não contar com o apoio de um dos segmentos não vai produzir os resultados almejados. O apoio torna-se possível quando a participação de cada pessoa é valorizada dentro do segmento a qual pertence e assim a sua visibilidade para o fim principal que é a instituição Escola. Possibilitar oportunidades para que todos possam ajudar faz a diferença. É preciso, também, saber receber a crítica não como uma visão simples de oposição, mas como uma contribuição para que se estabeleça o necessário debate. É do contraditório que vamos cultivar consciências e vamos caminhar, cada um no seu tempo, mas, certamente na mesma direção, ou seja, com os mesmos propósitos. Respeitar a opinião de todos é para o processo de gestão autônoma e democrática abrir caminhos para a história que será escrita por cada um.
As dificuldades vão existir sempre: os desafios de conviver em harmonia, os alunos que não conseguem obter a aprendizagem desejada, os pais que têm dificuldades de ajudar os filhos, os profissionais da escola que se esforçam para ver os alunos avançar etc. Em tudo isso, coloca-se o desafio da escola que é formar um cidadão livre e responsável.
A proposta político-pedagógica deve ser um compromisso coletivo. Temos que questionar a sociedade antes que ela nos questione. O que fazer para termos uma vida mais saudável? Mais humanizado? Mais solidária? São exemplos de questionamentos. Por aqui pode discorrer os conteúdos escolares... Ao propor a participação, percebemos que somos mais valorizados. Não pelo que fizemos, mas pela oportunidade que oferecemos.
Poderíamos citar inúmeros exemplos de situações em que é muito mais importante a sua problematização do que a própria solução.

Exemplifico a solicitação feita por uma professora para que fosse reformada a pracinha da escola:
Primeiramente os alunos foram até uma reunião do CPM (Círculo de Pais e Mestres) e fizeram a reivindicação. A partir daí os alunos realizaram uma cartinha e desenhos que foram repassados para a Secretária Municipal de Educação em reunião conjunta com o Conselho Escolar, Professores, Funcionários, etc. Neste caso valorizamos a participação dos interessados na busca de soluções. A oportunidade foi muito rica para o exercício da cidadania. Foi possível verificar a transparência dos recursos financeiros da escola... Estabelecer planejamentos e parcerias. Estabelecer prioridades para um determinado período... Os segmentos da escola, em especial os alunos passaram a ser os co-autores das reivindicações. O trabalho na sala de aula da professora com certeza passou a ter mais significado pedagógico e de compromisso com a escola e com a comunidade. Foi emocionante ver as crianças entregar ao poder público as suas reivindicações. Os pais que o digam, pois o ato foi realizado de forma pública e os alunos que não tem cargos na escola exerceram o papel de representantes da comunidade escolar.
Para finalizar escrevo na página seguinte uma escola que pode ser utópica, mas que ao menos queremos ter o direito de sonhar.

Escola Desejada...

Sem livro ponto e chamadas: todos freqüentam de forma livre e responsável;
Sem sineta: o professor encerra a aula, os alunos sabem se deslocar educadamente por todos os espaços;
Sem muralhas e grades: todos são convidados a participar; De aprendizagens: professores, funcionários e alunos rotulam as “ensinagens” desnecessárias.
De pesquisa e soluções: os conteúdos têm sentido e ajudam a resolver problemas da comunidade.
Autônoma: as pessoas têm iniciativas e se emancipam de forma cooperativa.
Comprometida: todos agem com lealdade e ética.
Solidária: ninguém se sente sozinho e desprotegido.
Acolhedora: há determinação de incluir os excluídos.
Instigante: os problemas da comunidade são debatidos cotidianamente.
Plural: rechaça as discriminações e promove a tolerância e o perdão.
Dialógica: educa-se para a cidadania, mas principalmente na cidadania.
Dinâmica: além de ler, escrever e contar é exercitada a afetividade.
Sensitiva: as emoções acontecem e fazem as pessoas pensar, sentir e amar.
Uma Escola Democrática: condena-se o autoritarismo, todos têm vez, voz e voto.
Uma Escola Humana: as pessoas se respeitam, cuidam do meio ambiente e sonham muito.
Enfim! Uma Escola de Sonhos: as pessoas acreditam no que parece impossível... Vivem em harmonia, são felizes e ao andar vão fazendo o caminho que é possível! (Professor João Dias Trindade)