sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Escola dos valores humanos

Por Karmem
Vivemos numa sociedade cercada de problemas entre pais, alunos, professores, políticos, amigos, familiares, etc. Ouvimos e vemos corriqueiramente: "isso é falta de ética", mas o que vem a ser ética? Todos apontam e justificam os erros, os problemas, as falcatruas, como falta de ética. Posso apontar aqui, algumas virtudes que juntas, respondem muito bem o que vem a ser ética. Porém, a nossa escola não ensina aos alunos o que realmente cada virtude dessa engrandece o ser e o faz agir como verdadeiro cidadão. A escola não se dar ao trabalho nem ao menos de questionar, de ouvir. Ela simplesmente dita normas e os alunos aceitam. Até porque, se não é ensinado nas salas de aula CORAGEM, PRUDÊNCIA, CORTESIA, JUSTIÇA, COMPAIXÃO, RESPEITO, não podemos esperar responsabilidade nem compromisso por parte de quem ensina, muito menos por parte de quem aprende. São tantos temas importantes que a escola não incorpora, não ensina, mas que os frutos dessa ausência, já colhemos hoje e infelizmente, colheremos no amanhã, pois parece que cruzamos os braços apenas para reclamar, apontar onde estão os erros... Mas, e as correções? Somos capazes de retificar todos, um a um, resta-nos agarrar a uma virtude que talvez seja a que realmente precisamos nas escolas: RESPONSABILIDADE. Sabemos que precisamos de humildade, de pureza, de fidelidade, de humor, de amor. Sabemos também, que todas as outras virtudes caminham e só funcionam se estiverem juntas, mas que a RESPONSABILIDADE é uma virtude marcante e que atrelada ao respeito, ao compromisso, e a todos os outros que já foram citados, trilharemos o caminho à educação digna e a formação de um cidadão mais consciente. A consciência, aliás, é quem analisa o melhor caminho e coisas, o professor tem que aprender falar menos e ouvir mais.
Talvez possamos agora, responder o que vem a ser ética. "Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja determinada sociedade, seja de modo absoluto" (Dicionário Aurélio). Mas podemos simplesmente dizer que ética nada mais é que uma forma de humanizar as pessoas, humanizar no sentido real da palavra: tornar-se humano, adquirir hábitos sociais polidos, civilizar. Ética, palavra tão citada para justificar nossos erros, é na verdade, a presença de virtudes que deveríamos aprender em casa, especialmente na escola e em todos os âmbitos que a educação permei. Mas como podemos aprender na escola, se nos próprios cursos de formação de professores, a disciplina de ética está sendo extinta? Como os professores podem ensinar algo que nunca aprenderam?
Bem, passamos um pouco a falar sobre a crise de referências que também afeta a escola. Uma escola onde existam castigos físicos e psicológicos, não é uma escola ética, e por sua vez, a que tem políticas disciplinares (regras e normas dentro da escola, no diálogo) é sem dúvidas, permeada pela ética, e que essa se sobressai com méritos que aquela outra não obtém. Castigos que não ajudam em nada na educação das crianças e que só denigrem sua imagem como cidadã, estão cada vez mais presente dentro das escolas, a exemplo de: trabalho adicional, penoso, repetitivo, perda do recreio, exclusão do estudante em alguma atividade que ele goste, situação vexatória perante os alunos, etc. Acredito que com o diálogo e com o exemplo e ensinamento das virtudes já mencionadas, os alunos modificam seu comportamento. O homem esqueceu que é corpo, mente e espírito, concentrou suas forças apenas no mundo material, no avanço da tecnologia e no desenvolvimento da ciência; isso provocou uma desestruturação do ser humano nos deixando cada vez mais em meio a uma perigosa crise de valores. E assim, vamos abrindo caminho para a violência. Muitos são os flagrantes de intolerância, frieza, transgressões da ética e moral. Nossos pequenos estão perdidos porque muitos de nós, adultos, também perdemos o rumo da vida. É como se a tênue linha divisória entre o bem e o mal, entre o certo e o errado estivesse se apagando. Devemos compreender que o comportamento de nossas crianças é um reflexo da formação recebida em casa e na escola, da falta de respeito pelo outro, do desconhecimento de limites, da ausência de disciplina e da inversão de valores presente em nossa sociedade que gera desestruturação em nossos lares e escolas e com a qual acabamos por nos habituar. Se a educação que fornecemos às nossas crianças enfatiza o desenvolvimento intelectual sem preocupar-se com o cultivo das qualidades humanas, os meios de comunicação levam os indivíduos a modos padronizados de pensar, de agir, de consumir. Um grande domínio é assim exercido sobre nós, pequenos e grandes, e então paramos de questionar. Mas e nós, enquanto pedagogas estamos tendo informações, embasamento teórico para uma prática mais eficaz? Acredito sinceramente que não. Como será a educação daqui por diante, se até os dias atuais ainda temos essa disciplina em nosso curso de Pedagogia, ainda presenciamos casos claros de falta de ética, de ausência de ênfase no ensino das virtudes nas salas de aula, como será então, se na nova regulamentação, não teremos ética no currículo? Como se ensina algo que nunca aprendeu? Bem, discernimos todas as virtudes que aprendemos neste capítulo, sabemos o que significa ética, os frutos que colhemos com sua ausência e com sua presença, podemos então, fazer um confronto com a educação que presenciamos e com a que sonhamos. Resta-nos então, aprimorar-mos em nossa prática enquanto alunos, pais, colegas, filhos, professores. Se não temos condições de ensinar as virtudes que levam a uma ética na educação façamos então, uso dos exemplos. Sejamos pessoas e profissionais, cada vez mais cheios de virtudes, JUSTOS, COMPROMETEDORES e RESPONSÁVEIS acima de tudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema educativo está infestado de muitos problemas. Não tem conseguido promover no jovens o amor, a indulgência e a inteireza. Em vez disso, serve para incentivar a natureza animal dos estudantes, não havendo lugar para cultivar valores humanos como VERDADE e RETIDÃO. Os pais e professores se preocupam com a educação de seus filhos e alunos, mas não se preocupam com o tipo de educação que lhes é oferecida. A educação deve ajudar os estudantes a personificar valores humanos tais como: VERDADE, AMOR, RETIDÃO e NÃO VIOLÊNCIA. O conhecimento acadêmico pode ajudá-los a ganhar a sua subsistência, mas a educação deve ir além da preparação para se ganhar a vida. Deve preparar-nos moral e espiritualmente para os desafios da vida.
http://www.pedagobrasil.com.br/index.htm

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como manter todos na escola?

Como manter todos na escola?
Rodrigo Ratier
Imagine por um instante o momento mais agudo da aula mais difícil. Meia dúzia de alunos dorme nas ultimas fileiras. Um trio troca mensagens de celular. Dois meninos se estapeiam. Uma turma discute sobre futebol, nas primeiras carteiras, só um pequeno e compassivo grupo se esforça para prestar atenção naquilo que você aos berros, tenta dizer. Nessas horas, um pensamento emerge gostaria de ensinar apenas para os que querem aprender. Quem não esta afim que saia... Será melhor assim! Não será. O desafio de ser professor exige educar todos, sem exceção. O Brasil, por enquanto, esta perdendo esta batalha. É verdade que os índices de acesso á Educação avançaram nas últimas três décadas, mas os indicadores de permanência a taxa de abandono, que mostra os que não concluíram o ano letivo, e a de evasão, que aponta os que não se matricularam no ano seguinte – não caminharam no mesmo ritmo. Hoje cada de 100 estudantes que ingressam no ensino fundamental, apenas 36 concluem o ensino médio.
Responsabilizar o aluno pelo abandono é a saída mais fácil. Na verdade, ele é o menos  culpado. Pesquisas indicam que existem dois conjuntos de fatores que interferem no abandono escolar. O primeiro deles é o chamado risco social. Fatores como a condição socioeconômica e o lugar de residência podem aumentar a pressão para a desistência: com a necessidade de complementar a renda familiar, muitos jovens são atraídos pelo trabalho precoce e largam os livros.
POR QUE O ALUNO SE SENTE DESMOTIVAD?
Segundo dados da Pesquisa Nacional os adolescentes que têm ocupação continuam indo às aulas. Entretanto, os estudos mostram que a própria escola colabora para agravar a evasão. Os altos índices de repetência exercem um papel fortíssimo - longe de sua faixa etária original, o aluno se sente desmotivado a seguir aprendendo.
ESCOLA NÃO SERVE PARA NADA?
A miopia para enxergar o problema atrapalha. Em geral, a interrupção dos estudos é o passo final de um processo que deixa sinais. O primeiro costuma ser o desinteresse em sala. Indisciplina e atos de violência também são comuns. Logo começam as faltas, cada vez mais freqüentes. Por fim, a ausência definitiva. Também são recorrentes, sobretudo entre os jovens, as queixas de que a escola "não serve para nada".
POR QUE IR Á ESCOLA?
Estudioso da relação entre os jovens e o saber, o pesquisador francês Bernard Charlot descobriu que a maioria só vê sentido em ir à escola para conseguir um diploma, poder ganhar dinheiro num emprego ou ter uma vida tranqüila no futuro. Como predomina a idéia de um aprendizado sem sentido, muitos se desestimulam e desistem. O desinteresse é a causa principal da saída definitiva para adolescentes entre 15 e 17 anos.
COMO REVERTER A EVASÃO?
Fica claro que a escola precisa olhar para si própria. Do ponto de vista da gestão, uma providência essencial é atacar as causas da evasão. O acompanhamento eficiente da freqüência - que também deve estar na pauta das reuniões pedagógicas - ajuda a mapear o problema e identificar os motivos das faltas. Dependendo da razão, é possível escolher a melhor forma de reverter o quadro: conversas com pais e alunos, visitas às famílias, aulas de reforço e campanhas internas e na comunidade.
SUSPENSÕES E EXPULSÕES SAO EFICAZES?
O tom deve ser de parceria e acolhimento, nunca de punição. Suspensões e expulsões podem ser rediscutidas. A idéia é simples: se a indisciplina é um dos caminhos que levam à evasão, não faz sentido punir o aluno impedindo que ele vá à escola. Em vez disso, é possível pensar em medidas que modifiquem a rotina do estudante, mas que o mantenham na instituição - estudar sozinho, com a obrigação de acompanhar o conteúdo, é uma alternativa.
POR QUE REPENSAR O CURRICULO?
Uma revisão curricular, sobretudo nas séries em que a evasão é maior, parece inevitável. O projeto pedagógico precisa garantir que a escola não seja vista como uma obrigação, mas como um espaço de formação para a vida. Isso inclui, de um lado, diálogo com o universo dos jovens (refletindo, por exemplo, sobre o papel das novas tecnologias). De outro, um esforço para mostrar como conteúdos importantes, mas sem tanta aplicação direta (como boa parte dos tópicos da Matemática), são fundamentais para fazer avançar a capacidade intelectual. A mesma preocupação tem de estar presente em iniciativas de Educação em tempo integral ou no contra turno, que para serem efetivas devem estar articuladas com o projeto pedagógico da escola.
COMO GARANTIR QUE OS ALUNOS ESTAO APRENDENDO?
É necessário também arrumar o "lado de fora" dos muros, atacando o risco social. Em termos de políticas públicas, atrelar benefícios sociais como a Bolsa Família à freqüência escolar funcionou. Reduzindo na população atendida de 4,4 para 2,8% o total de crianças e jovens entre 7 e 14 anos fora da escola. Ampliar a ação pode dar bons resultados. Mas é preciso também garantir que esses alunos aprendam. Nesse sentido, uma boa sugestão é adicionar critérios que possam indicar se o estudante de fato avançou, aproveitando o direito a uma Educação de qualidade - e para todos.
Postado por Karmem