sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A escola é mais autônoma e democrática na medida em que ela é mais participativa do que representativa.

A Comunidade Escolar é composta por vários segmentos: Os Pais, os Alunos, os Funcionários, os Professores e as equipes diretivas.
 Para que uma comunidade escolar possa atingir os seus objetivos é preciso contar com o apoio de todos os segmentos. Não tem como atribuir mais importância a um segmento do que ao outro. A equipe gestora que não contar com o apoio de um dos segmentos não vai produzir os resultados almejados. O apoio torna-se possível quando a participação de cada pessoa é valorizada dentro do segmento a qual pertence e assim a sua visibilidade para o fim principal que é a instituição Escola. Possibilitar oportunidades para que todos possam ajudar faz a diferença. É preciso, também, saber receber a crítica não como uma visão simples de oposição, mas como uma contribuição para que se estabeleça o necessário debate. É do contraditório que vamos cultivar consciências e vamos caminhar, cada um no seu tempo, mas, certamente na mesma direção, ou seja, com os mesmos propósitos. Respeitar a opinião de todos é para o processo de gestão autônoma e democrática abrir caminhos para a história que será escrita por cada um.
As dificuldades vão existir sempre: os desafios de conviver em harmonia, os alunos que não conseguem obter a aprendizagem desejada, os pais que têm dificuldades de ajudar os filhos, os profissionais da escola que se esforçam para ver os alunos avançar etc. Em tudo isso, coloca-se o desafio da escola que é formar um cidadão livre e responsável.
A proposta político-pedagógica deve ser um compromisso coletivo. Temos que questionar a sociedade antes que ela nos questione. O que fazer para termos uma vida mais saudável? Mais humanizado? Mais solidária? São exemplos de questionamentos. Por aqui pode discorrer os conteúdos escolares... Ao propor a participação, percebemos que somos mais valorizados. Não pelo que fizemos, mas pela oportunidade que oferecemos.
Poderíamos citar inúmeros exemplos de situações em que é muito mais importante a sua problematização do que a própria solução.

Exemplifico a solicitação feita por uma professora para que fosse reformada a pracinha da escola:
Primeiramente os alunos foram até uma reunião do CPM (Círculo de Pais e Mestres) e fizeram a reivindicação. A partir daí os alunos realizaram uma cartinha e desenhos que foram repassados para a Secretária Municipal de Educação em reunião conjunta com o Conselho Escolar, Professores, Funcionários, etc. Neste caso valorizamos a participação dos interessados na busca de soluções. A oportunidade foi muito rica para o exercício da cidadania. Foi possível verificar a transparência dos recursos financeiros da escola... Estabelecer planejamentos e parcerias. Estabelecer prioridades para um determinado período... Os segmentos da escola, em especial os alunos passaram a ser os co-autores das reivindicações. O trabalho na sala de aula da professora com certeza passou a ter mais significado pedagógico e de compromisso com a escola e com a comunidade. Foi emocionante ver as crianças entregar ao poder público as suas reivindicações. Os pais que o digam, pois o ato foi realizado de forma pública e os alunos que não tem cargos na escola exerceram o papel de representantes da comunidade escolar.
Para finalizar escrevo na página seguinte uma escola que pode ser utópica, mas que ao menos queremos ter o direito de sonhar.

Escola Desejada...

Sem livro ponto e chamadas: todos freqüentam de forma livre e responsável;
Sem sineta: o professor encerra a aula, os alunos sabem se deslocar educadamente por todos os espaços;
Sem muralhas e grades: todos são convidados a participar; De aprendizagens: professores, funcionários e alunos rotulam as “ensinagens” desnecessárias.
De pesquisa e soluções: os conteúdos têm sentido e ajudam a resolver problemas da comunidade.
Autônoma: as pessoas têm iniciativas e se emancipam de forma cooperativa.
Comprometida: todos agem com lealdade e ética.
Solidária: ninguém se sente sozinho e desprotegido.
Acolhedora: há determinação de incluir os excluídos.
Instigante: os problemas da comunidade são debatidos cotidianamente.
Plural: rechaça as discriminações e promove a tolerância e o perdão.
Dialógica: educa-se para a cidadania, mas principalmente na cidadania.
Dinâmica: além de ler, escrever e contar é exercitada a afetividade.
Sensitiva: as emoções acontecem e fazem as pessoas pensar, sentir e amar.
Uma Escola Democrática: condena-se o autoritarismo, todos têm vez, voz e voto.
Uma Escola Humana: as pessoas se respeitam, cuidam do meio ambiente e sonham muito.
Enfim! Uma Escola de Sonhos: as pessoas acreditam no que parece impossível... Vivem em harmonia, são felizes e ao andar vão fazendo o caminho que é possível! (Professor João Dias Trindade)


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